People Analytics: A transformação na gestão de pessoas

People Analytics é a aplicação de matemática, estatística e de modelagem na análise de dados para identificar e prever padrões. Em particular People Analytics refere-se ao método de verificação que pode ajudar gerentes e executivos a tomar decisões sobre seus funcionários ou sua força de trabalho. Trata-se de um novo domínio para a maioria dos departamentos de RH que procuram melhorar o retorno do investimento da empresa em pessoas, pois já perceberam que as velhas abordagens movidas pela intuição não são mais suficientes. Agora, é necessário compreender os problemas do fluxo de talentos e avaliar quais programas de bem-estar e aprendizado estão funcionando. O foco agora é crescente em relação ao bem-estar dos colaboradores e à experiência dos mesmos. Os empregadores estão percebendo que o investimento nessas áreas não é negociável na atual Economia do Conhecimento, onde a produção do trabalho não está mais vinculada apenas a máquinas e materiais. O engajamento dos funcionários abrange a criação de um ambiente holístico que promova clareza de papéis, desenvolvimento de habilidades, reconhecimento, felicidade, realização e saúde mental. Nos últimos tempos, as empresas vêm tentando descobrir maneiras de monitorar, gerenciar e melhorar as métricas associadas ao engajamento dos colaboradores. De acordo com pesquisa da empresa Gallup, 87% dos funcionários em todo o mundo não estão engajados no trabalho e isso ocorre muitas vezes devido a fatores ligados diretamente à cultura das companhias e, coletivamente, têm um impacto enorme no desempenho organizacional. Tradicionalmente, o RH realiza pesquisas anuais de "satisfação dos colaboradores", o que não é errado. Entretanto, as organizações com um viés mais inovador estão agora buscando tecnologias para fornecer insights não intrusivos sobre o local de trabalho e poder garantir a satisfação dos colaboradores. O modelo de ciência de dados tem por objetivo realizar uma análise preditiva e verificar possíveis cenários sobre "O que acontecerá?" Ou até "Qual é o melhor que poderia acontecer?" respondendo perguntas-chave ao longo de todo o ciclo de vida do colaborador na empresa; por exemplo: “Quais perfis de candidatos levam a um maior sucesso?” ou “Que grupos de colaboradores têm maior probabilidade de deixar voluntariamente a empresa?” Com o uso de People Analytics, as organizações conseguem tomar decisões mais inteligentes e estratégicas, podendo encontrar candidatos melhores e ao mesmo tempo aumentar a produtividade e a retenção dos colaboradores. Por sua vez, o uso da Inteligência Artificial (IA) permite auxiliar na eliminação de erros e perspectivas humanas distorcidas para inibir o processo de tomada de decisão. Isso pode proteger uma organização de litígios de discriminação, mas também criar um ambiente de trabalho mais coeso e comunicativo. Dessa maneira, não há margem para o viés pessoal no processo de avaliação dos colaboradores, sendo possível analisar habilidades e qualificações das pessoas para criar uma lista de atividades recomendadas e de oportunidades de aprendizagem personalizadas relevantes com base no histórico de aprendizagem individual. Antes do uso de IA, as metodologias adotadas para aumentar o engajamento dos colaboradores não exibiam resultados satisfatórios. Pesquisas no local de trabalho, comitês de sala de diretoria, análise de dados e conceitos semi-elaborados têm sido criticados por muito tempo, pois não provocam respostas adequadas e soluções reais. A IA realmente capacitou as organizações a enfrentar o desafio do engajamento de maneira eficiente. Essas novas possibilidades prometem um salto grande no potencial dos dados para melhorar a jornada do colaborador; permitir o gerenciamento de talentos e impactar na cultura das organizações. E esse é o foco do sistema HIM (Human Intelligence Machine), que tem a função de ajudar as organizações a gerenciar de maneira eficiente e eficaz o engajamento de seus colaboradores. O HIM visa fornecer informações e análises para que os gestores possam realizar ações preventivas para evitar a saída de pessoas ou a perda de produtividade, auxiliando-os na tomada de decisão. O HIM monitora, em tempo real ou periódico, o engajamento dos colaboradores, medindo, prevendo e gerando insights em relação aos níveis de satisfação, assim como mostrando possíveis causas de demissões futuras. Dessa forma, é possível identificar e corrigir problemas individuais, departamentais ou sistêmicos antes que se tornem problemáticos e onerosos.
Carla Sampaio